Mundano Dramatizado: O Monstro


O sol se pôs. O dia de trabalho se encerrou.

No conforto do lar, um local simples, sem luxo, porém com muito amor e um relativo conforto, estou eu acompanhado da minha família, relaxando e conversando sobre as coisas que aconteceram enquanto estivemos separados.

Entretidos pelos sons de duas crianças que brincavam com um estranho animal de pelo marrom e nariz vermelho, que parecia falar com elas ao mesmo tempo em que, aparentemente, elas entendiam o que ele falava, estávamos distraídos e felizes.

Mal sabíamos nós sobre o perigo que estávamos correndo.

Selina, a nossa gata de estimação, pressentiu algo. Ouvimos um barulho estranho ao mesmo tempo em que percebemos que a felina encarava algo num dos cantos da casa.

Quando nos demos por conta, sem entendermos direito como aconteceu, fomos atacados por um monstro alado.

Como que saído das profundezas da Terra, a sua aparência era grotesca. O cheiro podre empesteava o ar. Ele abria as asas e percorria todo o ambiente em segundos nos deixando aflitos com o que poderia acontecer. Isolei minha esposa e filho e resolvi encarar a criatura sozinho. 

Ela espreitava pelos cantos como se me desafiasse a enfrentá-la.

Olhei ao redor a procura de algo que me auxiliasse no combate, mas não encontrei nada. Não havia espada para atacá-la ou escudo para me defender. Não havia lança ou fecha para atirar em sua direção.

A única coisa que havia era um estranho recipiente em formato cilíndrico de cor laranja, com uma espécie de gatilho na parte superior que, pressionado, liberava um tipo de gás em forma de jato. Minha arma estava escolhida.

Direcionei a frente do gatilho na direção do monstro e o pressionei. Num ataque de loucura, a criatura começou a voar de forma errante e veio em minha direção. Desviei e corri na direção oposta, ao mesmo tempo em que mantinha o jato de gás na direção dela.

O efeito do gás foi quase que instantâneo e o monstro, tonteado, caiu com as costas no chão. Suas pernas ainda se mexiam. Direcionei novamente o gatilho e o pressionei, liberando mais uma dose. Desta vez, letal.

A batalha estava encerrada. A vitória era minha.

Os efeitos do gás, ainda no ar, deixavam um cheiro forte em todo o ambiente. Porém, não ousamos abrir as janelas para nos precavermos contra novos ataques já que é sabido que milhares dessas criaturas vivem entre nós e em todos os lugares.

Pelo menos por enquanto, estávamos a salvo. Pelo menos por enquanto, o nosso lar estava protegido


Traduzindo: Estávamos sentados no sofá da sala assistindo ao desenho animado 'O Show da Luna', uma barata voadora entrou pela janela, minha esposa e o meu filho correram pro quarto e eu gastei meio tubo de inseticida pra matar ela.

Comentários

  1. Kkkkk, mergulhei em um conto fantástico.... E resumidamente, vc Destruiu minha imaginação.kkkk

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. A ideia é justamente essa: te levar pra outro mundo, mesmo que seja imaginário. Rs. Obrigado pelo comentário.

      Excluir
  2. Hahahahahahaha consegui imaginar cada cena! Chorei de rir. Parabéns Man

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Muito obrigado! Já estou engatilhando o próximo. Fique ligada!

      Excluir

Postar um comentário

MAIS VISITADOS