Mundano Dramatizado: O Ciclo


Aproximei-me do vertedouro d’água e me deparei com diversos utensílios das mais variadas características. Uns redondos, outros em formatos cilíndricos e alguns até em formas diferentes e desconexas. Côncavos, convexos, retos e curvos.

Apoiei cada um deles com ambas as mãos e os banhei delicadamente, retirando toda a impureza que neles havia.  O asseio tornou-se aparente, como se estes itens estivessem recém saídos de seus invólucros originais.

A brisa suave, juntamente com os efeitos do tempo, assumiu o seu papel, não se fazendo necessária a utilização de nenhum outro agente externo, nem mesmo daquele pequeno tecido posicionado ao lado direito do meu pescoço.

Levei este até as minhas mãos e nele depositei toda a água contida nelas.

Durante o processo, refletia sobre a vida, o universo e os compromissos mundanos ao mesmo tempo em que sentia a água molhando as minhas mãos, respingando sobre algumas partes do corpo e levando embora toda a sujeira que ali estava.

Entretanto, pouco tempo depois, alguma magia ou encantamento ao qual eu não sei explicar, fez brotar novamente diversos novos utensílios no mesmo local em que os outros outrora estiveram.

Vislumbrei. Refleti. Constatei.

Assim como o ciclo das águas e do tempo, este é um processo que deve ser realizado eternamente ou, no mínimo, até o final de nossas vidas neste plano.


Traduzindo: Lavei a louça, deixei secar no escorredor, sequei as mãos no pano que estava no meu ombro e cinco minutos depois já tinha mais louça pra lavar.

Comentários

  1. Sensacional!!! Em 80 anos de vida, passamos 20 dormindo e 10 lavando louça.

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    1. E pelo menos mais uns 10 no trânsito (assunto que está na pauta para um próximo texto).

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